5.4.09

brisa

sobrevôo calçadas, atravesso ruas
com os pés ligeiros, você reclama
do meu passo comprido, pernas
que desenham círculos, não param

como roda de bicicleta que desvia
das coisas dos dias do vento
que me traz o cabelo no rosto
os pés nos pedais sempre sabem

que depois da curva longa
do muro cinza dos ônibus dos retrovisores
cantarolar notas que entram pelo ouvido
numa esquina, num banco, num
deslizar de pálpebras

uma hora eu encontro

3 comentários:

Daniel M. Laks disse...

Nossa, adorei o poema

André F. disse...

tem mais samba no encontro que na espera;)

Lucas Vallim disse...

Muito legal!