chovia muito e eu atenta
aos pingos
se espatifarem na janela
de vidro ou na bolsa
verde de cetim
na hora do almoço
todos saem às ruas
carros buzinas guarda-chuvas
pra ver quem chega primeiro
do outro lado
no túnel grande e preto
faz um pouco de paz
em alta velocidade
prendo a respiração conto até cem
quase alcanço
mas depois do rebouças
o asfalto é seco e parece até
que o tempo passou
2 comentários:
o tempo sempre passa...
sim, seu verbo me consome. como um raio que dilacera tímpanos e pés
bj
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