22.11.10

engrenagem

não importa a luz que entra
e rasga, o vento que despenteia
a cortina amarela
o quarto todo colorido sorrindo
pra mim. fecho os olhos e
enterro as orelhas
nos travesseiros floridos
com a displicência de quem
transforma o tec-tec da obra
em um helicóptero, um metrônomo
um relógio de bolso