"dois versos deliraram por detrás dos túneis" (ana c.)
me faço moderna às ruas e
trafego fragmentada por suas esquinas.
a nudez escancarada da vida me olha
e sem saber me é vítima aflita.
sua poeira me esvoaça a vista -
invento o caminho tateando o vento,
os ouvidos caóticos dos dias me guiam.
até som de buzina vira poesia
pra passos certeiros imersos urbanos:
mergulho líquida em seu sólido espanto.
caio, tropeço, flutuo, trafego,
desenho curiosidade em grande angular,
pinto o espaço e encaro o seu aço.
minha cidade se parece comigo:
improvisos, rastros, saudades, sentidos.
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